12/07/2023 às 22:19 Originários Viagens

Malauí - Parte III: Cultura Originária, Força Ancestral, e o Sagrado Feminino

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Para me receber e compartilhar comigo sobre seu povo e sua cultura, assim como para todos os eventos comunitários, os Chewa se reúnem ao redor/embaixo dessa mesma árvore. Ela é símbolo de ancestralidade, sabedoria e resiliência, e é de posse do Chefe/Líder da comunidade. Ele é o principal responsável por mantê-la em pé.

Para povos originários do Malaui, como a Tribo Chewa onde fui recebida, todo feminino é sagrado já que todes nós viemos de uma mulher. E por isso, são sempre as mulheres quem fazem a primeira dança, a que abre os trabalhos que acontecerão naquele espaço. 

Elas dançam para os deuses locais, pedindo permissão e proteção para realizarem as próximas atividades.

Em outras palavras, e se você assim como eu, também bebe da macumba, é como cantar "Exu, Exu Tranca Ruas, me abre o terreiro e me fecha a rua" antes de iniciar a gira. 

Seguido da dança das mulheres, iniciam-se os trabalhos com os tambores; um convite para todos dançarem e "aquecerem" o solo para a chegada do personagem principal dessa dança, uma espécie de entidade, cujo nome não consegui pegar, mas aprendi que ele representa "o dono de tudo", e por isso as pessoas param para vê-lo dançar (uma forma de reverência) e levam-lhe gorjetas.

Ele então chama as mulheres, suas anfitriãs, para dançarem juntos. 

E porque tudo que se abre, deve ser fechado. E tudo que tem início também tem fim, para o ritual dos Chewa não seria diferente. Depois que esse personagem-entidade icônico se vai, as mulheres realizam uma última dança, agradecendo a terra por ceder o espaço para o trabalho realizado, e fechando aquele ciclo. 

Apesar dessa apresentação ter sido realizada de última hora somente para me receber (e o mais curioso é que só iriam as mulheres, e de repente, quando a comunidade soube que uma Muzungu - mulher branca - iria visitá-los, todos apareceram), essas apresentações são tradicionais para eventos não só culturais daquela Tribo, mas pra qualquer reunião de !deliberação de assuntos comunitários. 

Como Umbandista, pra mim ficou nítido como tradições culturais e espirituais africanas influenciaram no desenvolvimento de nossos rituais de macumba. Ali eu me senti na assistência de uma gira, um xirê, apenas observando, recebendo e agradecendo o Axé.

Visite o álbum completo dessa vivência aqui!

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